OUTUBRO ROSA: A PREVENÇÃO QUE PODE SALVAR VIDAS

Criado no início da década de 1990, o Outubro Rosa é um movimento de conscientização para compartilhar ações e informações para a prevenção e o diagnóstico dos cânceres de mama e do colo do útero. E por quê essa campanha é tão importante? Segundo a Organização Mundial da Saúde, o câncer de mama atinge 2.1 milhões de mulheres todos os anos, só no Brasil, a estimativa foi de 66.280 novos casos em 2021.

 

Em grande parte dos casos, o câncer de mama pode ser detectado já em suas fases iniciais, o que aumenta as chances de tratamento e de cura. Por isso, o diagnóstico precoce é o maior aliado no tratamento. Quanto mais rápido o tumor for identificado, maiores são as chances de que seu avanço seja freado, impedindo que a doença alcance outros órgãos.

 

 

Como identificar o câncer de mama?

 

O sintoma mais fácil de ser detectado é um nódulo no seio que pode ou não ser acompanhado de dor. Mas, nem todo caroço será um câncer, por isso é importante estar atento a alguns sinais mais específicos, como:

 

– Nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos;

– Nódulo mamários em mulheres com mais de 30 anos, por mais de um ciclo menstrual;

– Independente da idade, se o nódulo é duro e fixo ou se aumenta de tamanho;

– Pele da mama com aspecto de casca de laranja ou com retração da pele;

– Aumento considerável da mama, com presença de vermelhidão;

– Mudança no formato do mamilo ou saída de líquido do mamilo;

– Presença de pequenos nódulos nas axilas.

 

É importante que a mulher conheça seu próprio corpo, pois estando familiarizada com o que é normal para si, ela consegue observar qualquer alteração suspeita e procurar um serviço de saúde caso precise.

 

Embora não substitua um exame clínico feito por um profissional, é recomendável que a mulher faça regularmente o autoexame, que consiste em observar e palpar as mamas em busca de qualquer alteração. Nas mulheres que ainda menstruam, o ideal é que o exame seja feito logo após o ciclo menstrual.

 

Mas, mesmo que não encontre sinais aparentes, o indicado é que toda mulher a partir dos 40 anos deve procurar um profissional de saúde adequado para realizar o exame clínico anualmente. Outro método de rastreamento é a mamografia, indicada para mulheres de 50 a 69 anos, feita a cada dois anos, e que utiliza raios X de baixa energia para detectar qualquer anormalidade nas mamas.

 

Existem fatores de risco?

 

O câncer de mama não tem uma única causa e vários fatores podem contribuir para o seu surgimento, como: idade, histórico reprodutivo, hábitos, fatores externos e, principalmente, genéticos.

 

Geralmente, mulheres com mais de 50 anos têm maior risco de desenvolver a doença, tanto devido ao acúmulo de exposições ao longo da vida quanto a alterações biológicas próprias do envelhecimento.

 

Outros fatores que devem ser levados em consideração são os hormonais ou reprodutivos, como a idade da primeira menstruação, menopausa tardia, idade da primeira gravidez ou a ausência de gravidez, uso de anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal.

 

Os hábitos não saudáveis também podem ser fatores de risco. Ingestão de bebidas alcoólicas, excesso de peso, falta de atividade física e tabagismo são alguns comportamentos que devem ser evitados.

 

Também é sabido que a exposição a substâncias e ambientes com alguns componentes químicos podem estar associados ao risco de desenvolvimento do câncer, tais como agrotóxicos, poluentes, campos eletromagnéticos e compostos orgânicos voláteis.

 

Mas, o maior fator determinante, de fato, é o genético. Mulheres que possuem casos de câncer de mama ou ovários em parentes próximas (mãe, irmã, filha) principalmente quando jovens e até histórico de câncer de mama em homem também parente próximo, são consideradas de risco elevado para a doença.

 

O que fazer para prevenir o câncer de mama?

 

A mulher não tem como controlar os fatores hereditários e endócrinos, mas é possível controlar os fatores externos através da mudança de hábitos e de comportamentos. Adotar uma alimentação equilibrada e saudável, inserindo frutas, legumes e verduras na dieta; praticar atividades físicas e controlar o excesso de peso; parar de fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas; Tudo isso são dicas que podem ajudar a prevenir o surgimento de diversas doenças, não só o câncer de mama.

 

Além de tudo isso, também é importante evitar o uso de terapias repositores hormonais por tempo prolongado.

 

E mais uma dica: a amamentação também se mostrou um fator de prevenção interessante. Um estudo feito com mulheres de diferentes nacionalidades mostrou que, a cada 12 meses de duração da amamentação, o risco de contrair a doença diminuiu 4,3%. E esse resultado independe da idade, etnia, paridade ou situação hormonal da mulher.

 

Prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas

 

Embora seja um diagnóstico que ainda assuste muitas mulheres, o câncer de mama não é uma sentença. Se a doença for descoberta precocemente, em seu estágio inicial, as chances de cura podem chegar a 95%. E com o avanço da tecnologia médica e suas terapias, o prognóstico tem se mostrado cada vez mais otimista.

 

Por isso é tão importante prestar atenção aos sinais que o corpo dá e, mais do que isso, focar em eliminar ou minimizar todos os fatores de risco que causem a doença. Mantenha hábitos saudáveis, realize o autoexame e não fuja das consultas regulares com seu médico de confiança.

 

O maior ato de autocuidado é a prevenção.